Nossa História,
ZÉ DO CACUPÉ
José Eliseu da Silva é uma dos nomes mais comuns entre todas as combinações de nomes e sobrenomes do Brasil. É difícil ser lembrado por esse nome completo quando existem outros milhões iguais ao seu. Um caricato pescador e comerciante conseguiu se destacar: foi Zé do Cacupé, morador do bairro que ele escolheu agregar como sobrenome, e manezinho da Ilha, certificado até por troféu.
Seu Zé do Cacupé, foi uma figura icônica, divertida e marcante que faz parte da história e tradição do bairro. A sua história e a do bairro se conectam desde seus ancestrais a tudo que ele construiu e contribui para que o Cacupé se tornasse o que é hoje.
Em 1952 casou-se com Zair, com quem teve 6 filhos e construiu uma bela família. Zair cresceu em Cacupé, fazendo renda de bilro e ajudando nas tarefas de casa, onde aprendeu desde pequena a arte da culinária da terra, além de pescar com seu pai para o sustento da família. Em virtude de sua criação e educação, somadas às dificuldades da época, Zair se tornou uma mulher muito forte. Gostava muito de criar aves, em especial galinhas, e tanto sabia fazer um ótimo peixe ensopado como uma bela galinha ao molho pardo.
Em 1987, Dona Zinha e Seu Zé, utilizando de seu empreendedorismo, suas experiências de vida e força de vontade, idealizaram uma pequena lanchonete. O novo negócio seria direcionado ao seu filho Renato, que era office boy terceirizado do Gabinete de Planejamento do Estado de Santa Catarina e não estava feliz na profissão. Renato então abraçou essa nova oportunidade e aceitou uma sugestão de alguns amigos: abrir um restaurante de frutos do mar ao lado da venda do Seu Zé, que era grande pescador e Dona Zinha, grande cozinheira.
Com esse conjunto de fatores convergindo, nasceu o Restaurante Zé do Cacupé, onde Dona Zinha foi a primeira Chef de Cozinha e Chefe de tudo, pois colocou em prática ali todos os seus conhecimentos adquiridos na vida, já que Renato acabara de completar dezenove anos e tinha muito o que aprender.
Mais tarde, por vontade de Dona Zinha, o restaurante passou a se chamar Estrela do Mar, apesar de alguns anos depois voltar ao nome original.
Renato lembra que saíam de madrugada de Cacupé em um Fiat 147 para fazer compras no Ceasa, e na volta era parada obrigatória no Mercado Público de Florianópolis para ver o que tinha de mais fresco e trazer para o restaurante.
Dona Zinha então descascava o camarão, escamava, posteava ou filetava o peixe, e ensinava tudo: desde escolher o pescado, ver se o balconista escorria a água do camarão para pesar, e pedir aquele descontinho. Muitas vezes também viajavam até Laguna para comprar camarão e siri, também no lendário Fiat 147.
Tudo isso faziam juntos por um motivo: ensinar o Renato a ganhar a vida.
Durante sete anos ela chefeou o restaurante, e trouxe toda a família para ajudar, pois o ramo carecia de mão de obra, e naquela época não se tinha tanto traquejo na contratação de pessoas para laborar. Enquanto tudo isso acontecia, Seu Zé se dedicava à Venda que ficava ao lado do restaurante, e às relações públicas.
Em 1994 Renato se casou com a Berenice, sobrinha-neta de Dona Pudica. Dona Zinha se aposentou; não porque quisesse, mas por problemas de saúde e porque também já havia cumprido sua missão, que foi dar o exemplo da luta pela vida, pelos princípios, pela Fé em Deus, que transmitiu a todos os filhos.
Hoje, o restaurante Zé do Cacupé representa cultura e tradição. Com culinária regional de frutos do mar, um local onde você mergulha em uma experiência única que valoriza nosso boi de mamão e pesca, além de contar uma vista maravilhosa para o mar no bairro Cacupé.
Nosso restaurante é parada obrigatória para todos que apreciam uma boa culinária e também para os turistas que queiram se conectar com a nossa cultura e tradição.